google-site-verification: google70a87163d1973dd7.html O Jazz & O Samba: "O pianista bom para determinado emprego"

"O pianista bom para determinado emprego"





Existe "o pianista bom para determinado emprego". O "pianista bom para determinado emprego" não é necessariamente o pianista bom.

Há lá o pianista que "tira a mão", que é bom para "o determinado emprego". Mas o "tirar a mão no piano solo, no Trio ou Quarteto é diferente, embora igualmente necessário.

Nesse aspecto é como qualquer função especializada. A pessoa se "especializa" no "determinado emprego". "Faz tudo".
Mas na hora de mostrar o que ele faz por ele mesmo aparecem os gaps.

O Ricardo Santos se referiu outro dia a dificuldade em se trabalhar com "músico que mora em avião". Imagine, um pianista que "more no avião". Impossível.

Pianista vive entre quatro paredes. Não tem glamour nenhum. Principalmente o pianista improvisador, no Jazz. 

Me lembro que quando fui para os EUA tinha apresentações semanais, no palco com platéia, tocando piano clássico. Tive que comprar um teclado mudo. Mandei-o a um marceneiro especialista que cuidadosamente o serrou no meio, com dobradiças e colocou uma alça para carregar. Eu tinha que estudar à noite. Mas era piano clássico, bem diferente do que é no Jazz.

Quando voltei ao Brasil, missão cumprida, Master na mão, voltei para o Jazz e o Samba Moderno. Vendi o teclado mudo porque é inútil para o que eu faço. Preciso ouvir. Deve ter gente que não precisa, eu preciso.

No Jazz você não tem a memória do que decorou, repetindo a assimilação da partitura à exaustão. Além do Ear Training, você faz análise. E o Ear Training tem que atuar também sobre o ouvido interno (não o ouvido físico, o mental) .

Tenho um método infalível de decorar partituras. Chama-se "The Mosaic of Training" e me foi ensinando pelo autor do Método, Mr. Ozan Marsh. Sou capaz de decorar qualquer partitura. E ensino quem quer seguir esse caminho. Mas não uso mais, eu mesmo.

O pessoal se impressiona quando você tira uma música que ele pede para você ouvir na hora, dentro desses gêneros que eles ouvem, com caminhos harmônicos super manjados

Agora, tirar uma música que tem, por exemplo, um acorde menor com sexta e a nona no baixo, já é mais complicado, a não ser quando você conhece bem e usa muito o acorde. Mas quem ouve separando as vozes, tira, de qualquer jeito. Mesmo quando há outra distribuição, diferente da que mais conhece.

Então, tem que saber o que quer..

Aí, é que entra aquela piadinha da Wanda Sá: " - Nós quem, cara-pálida?"  

E aí, vem o Eduardo Cunha da música me chamar de bicão, rs...

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