google-site-verification: google70a87163d1973dd7.html O Jazz & O Samba: Conversa com meus botões

Conversa com meus botões


Difícil dormir com tanta gente sofrendo. Será que tudo poderia ter sido evitado? Será que eu e outros poderíamos ter feito mais para conscientizar o povo? Como, com que recursos, sem nenhum apoio e com tanta gente contra? Tudo é tão difícil e precário. A realidade pode mudar p'ra muito pior em poucas horas. É preciso ser consumista, muito além do que é realmente necessário? Como reerguer um país que a cada nova chance a vê escorrer-lhe entre os dedos? Que valores são estes impostos ao povo ora pela mídia, ora pelo Estado e que não nos levam a lugar nenhum senão ao sofrimento e à morte? O Capital não sofre, o povo sim. Meu filho pergunta se isso vai acontecer com ele e eu imediatamente digo que NÃO! Mas eu não tenho certeza... Como ter certeza de alguma coisa? A única coisa que tenho certeza é da música que já fiz. E mesmo assim sei que poderá se perder no tempo. Tudo o mais é incerto. Tudo mesmo. Eu só aprendi a lavar a alma de quem está vivo. E mesmo assim faço tão pouco. Quase não sou ouvido. Se o povo pensasse mais... Refletisse mais... Talvez não agredisse tanto a Terra onde habita. Eu grito tanto que me torno impopular. E me humilho diante de minha impotência ante os fatos. O povo precisa ouvir a quem conhece. Sobre todos os assuntos. Não pode se contentar com um verniz de uma felicidade que não existe. Não existe felicidade! Quem vende e promete isso está mentindo. É preciso adquirir a serenidade diante da vida e... observar. Estar atento e ao mesmo tempo tranquilo. Entender que tudo aqui na Terra é só uma tentativa e o desejo de realizar alguma coisa, de preferência para o bem comum, que é o que de fato realiza o ser humano. Servir. Não é preciso ser um predador. Ninguém vai te cobrar nada depois da Morte. Com a Morte, acabou.
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