google-site-verification: google70a87163d1973dd7.html O Jazz & O Samba: A cara feia para pagar o artista.

A cara feia para pagar o artista.



A cara feia para pagar o artista.

Os franceses que estiveram aqui ontem ficaram divididos. Uns defendiam que é necessário o Couvert Artístico. Já a moça, parece que não gostou.

Quando chegaram perguntaram se podiam tocar. Perguntei se tocavam e disseram que sim. A moça sentou lá e fez um acorde caixotão com violação de LIL. Aí, veio em seu socorro um "interessado" e fez lá uns baixos meio sem sentido, e voltaram para as mesas.

Se esbaldaram enquanto toquei. pediram para tocar Chega de Saudade, do Tom e Vinícius. Depois, uma brasileira pediu Garota de Ipanema. Toquei um bocado, Sambas e Standards do Jazz e aplaudiram com entusiasmo.

Mas a conta tem um mínimo de R$ 18,00 com direito a uma Eisenbahn ou equivalente. Antes, à tarde veio uma linda menina brasileira e conversamos sobre o valor da entrada e Couvert Artístico. Ela disse que, em qualquer lugar se gasta mais que isso só bebendo cerveja e sem música ao vivo. Falou também que nasceu ali nos prédios duplex e sempre morou aqui, a não ser por dois anos, quando foi morar com o pai no Piauí e voltou para cá. Menina educada. Disse que os amigos dela são "lá de baixo" e oferecem mandar buscá-la e trazê-la de UBER "por causa da violência no Vidigal". Ela tenta explicar que anda por aí de noite sozinha e nada ou alguém a incomoda e que aqui é mais seguro que o resto da cidade. Mas parece haver o estigma.

A falta de consciência de que é preciso remunerar o músico não é coisa do Brasil. É mundial. O que entendem é que, como eu sento e toco com uma aparente facilidade, já estou gratificado pelo aplauso, que é um conceito que não se sustenta. Aplaudem porque estão se sentindo bem.

No final, agradeceram e um dos franceses, que mora no Vidigal disse que vai voltar trazendo mais amigos.  E vamos adiante, no boca a boca.


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