Perda de Tempo
Não se pode perder tempo com Lei Rouanet. O negócio é feito para o tempo de vida passar e o dinheiro continuar na mão de quem sempre esteve. As Oligarquias de Poder que dominam o Brasil.
A única chance é a alternativa das iniciativas individuais com a menor intervenção externa possível. Isso implica em baixar custos de produção. Se, à despeito da falta de dinheiro, a qualidade técnica for aceitável, mesmo que a qualidade do vídeo não tenha a melhor resolução mas sendo rigoroso na questão do áudio (para o caso da performance musical), o recado será dado. Seria, vamos dizer, uma solução Cubana, para a questão cultural, no Brasil. Sim, em termos culturais o Brasil tem um desenvolvimento similar ao de Cuba. Já o BBB...
Um monte de gente me olha torto por causa do "CHALK BOX". Foi a maneira de dizer para a sociedade que à despeito da repressão exercida pela elite dominante, corrupta, preguiçosa e incompetente que o trabalho ainda pode ser feito. Não, "calaram minha boca". Essa Lei do Eduardo Azeredo é que me preocupa mais do que a Lei Rouanet. Essa sim, é um perigo.
Ontem, um pai, durante a festa de meu filho disse que viu o "CHALK BOX". Não disse se gostou mas viu. O Brasil ainda é um país em que muita gente exerce a atividade musical (e outras áreas de arte, também) diletantemente. Aí, o sujeito ganha bem numa outra profissão e associa seu sucesso profissional à realização artística, se satisfaz com isso e espera que as pessoas acreditem. Não há o reconhecimento nem a valorização profissional do artista, no Brasil. Tudo está associado à quantidade de dinheiro que alguém pode amealhar, não importa como.
Há ainda a estória de o artista ser valorizado pela quantidade de artistas e pessoas influentes que ele conhece. Tudo isso é balela. Eu, por exemplo não tenho vida social intensa. Pouco saio de casa, a não ser para o trabalho e não conheço muita gente.
É a minha natureza.
Um artista pode ter fases de queda financeira em sua produção artística. Van Gogh só vendeu um quadro em toda sua vida, mesmo assim por insistência e intervenção do irmão, que era marchand. Schubert morreu de fome. Escrevia música nas toalhas de bar, por um prato de sopa. Ah! sim. Os tempos mudaram. Mudaram mesmo?
É por isso que adoto como parâmetro o princípio monástico do I Ching: "Sucesso nas Pequenas Coisas".
Agora, se não for profissinal não vai trabalhar comigo. É o mínimo que posso fazer por mim.
As únicas rádios que ainda se pode ouvir são a Rádio MEC e o Programa de jazz do ANTONIO JORGE, na Rádio Catedral. Mesmo assim, para meu ouvido Polimodal, a Rádio MEC soa um Déjà Vu danado. Que paísinho atrasado! E alguém ainda tem coragem de vir me "cobrar" alguma coisa...